sábado, 29 de julho de 2017
Cuspo
Dizem que quando morremos o sol se transforma num enorme espinho de mar sem tecto; porque sem chão e porque sem sitio para sentar já que só a palavra diz a morte.
Dizem que quando morremos deixamos de dizer olá para dizer adeus, e o adeus é um veneno letal no outro; no outro que também morre mas fica mais um pouco.
Dizem por ai que vais atravessar o sol daqui a pouco, quando o relógio disser Tempo; e quando o relógio disser Tempo nunca mais se faz abraço.
Dizem que um dia quando morreres te vou esquecer como se a memória me falhasse de ti, assim como esquecemos de trazer o esparguete para casa - mesmo tendo escrito na lista de compras do supermercado a sua falta.
Eles dizem.
Mas eles não sabem nada de nós.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Entrevista - Alentejo Calling - Rádio Renascença
ler aqui: https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/24/migrantes-ajudam-a-construir-um-alentejo-absolutamente-novo-e-povoado/394895/
-
INÊS LEITÃO nasceu a 1 de Julho de 1981 em Lisboa. É licenciada em Estudos Anglo- Americanos pela Faculdade de Letras da Univer...
-
ler aqui: https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/24/migrantes-ajudam-a-construir-um-alentejo-absolutamente-novo-e-povoado/394895/
-
porque eu já não sei escrever. -as minhas unhas, os meus dedos, a minha boca já não sabem escrever. já não sei escrever. -os meus olhos,...
Sem comentários:
Enviar um comentário