segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Do lado b da história

 


Quando descobri que ia ser mãe outra vez fiquei com medo de não estar sempre lá para ti como tenho estado, querida V. 

As mães passam a vida a sentir medo e culpa, mesmo que estejam a dar tudo de si- vinte e quatro horas por dia. Nisso, como em tantas outra coisas, eu sou só mais uma mãe a sentir o mesmo que as outras mulheres. 

A ideia de ter outro filho conforta-me no sentido de que não te deixarei sozinha, não serás sozinha. Nem este teu irmão/ou tua irmã será.
Se vocês conseguirem o equilíbrio perfeito da irmandade, de decidirem amarem-se sempre mais do que qualquer outra coisa que possam sentir um pelo outro, vão ter sempre uma perna extra, ou um braço extra, ou um coração extra que vos conforte na caminhada e isso é a matemática perfeita da vida.

Entende isto como uma dica da tua mãe que te ama mais todos os dias. 

A tua mãe vai ser um melão gigante, outra vez.




domingo, 12 de fevereiro de 2023

Pré- venda - "A maternidade não é para meninos"

 Ter um filho é uma jornada extraordinária e única, mas também dura, com constantes provas de entrega, esforço e superação. Uma das etapas mais delicadas nesta viagem é a do pós-parto, com tudo o que envolve de desequilíbrios hormonais, transformações físicas e emoções ao rubro. Na maior parte dos casos, ultrapassamos esse período sem memória de como era a nossa vida antes de trazermos ao mundo o ser minúsculo e mágico que ocupou a nossa barriga durante nove meses para nos ocupar o coração para sempre.


No entanto, o pós-parto pode tornar-se um buraco negro para o qual somos puxadas logo depois do nascimento do bebé ou uma espécie de casulo onde nos refugiamos até ao dia em que a luz finalmente irrompe e a normalidade regressa. O pós-parto não é um conto de fadas. Se for bem preparado e gerido, também não tem de ser um pesadelo. Não existe fórmula mágica que anule as dores, inseguranças e incertezas próprias dessa fase, mas há experiências, partilhas e conselhos que podem torná-la mais leve e com menos sofrimento.

É o que pretende o presente testemunho de uma mãe, com a ajuda de uma médica. Porque a maternidade não é mesmo para meninos, este livro é como uma mão estendida a todas as mulheres que acabaram de ser mães ou estão prestes a sê-lo.



Do regresso

  porque eu já não sei escrever. -as minhas unhas, os meus dedos, a minha boca já não sabem escrever.   já não sei escrever. -os meus olhos,...