quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Oxy





Talvez nunca te consiga agradecer o que fizeste por mim.

 A forma como o teu corpo me esperou no aeroporto e como soubeste receber-me a mim e ao que ainda trazia comigo debaixo da pele.
Ensinaste-me o que uma ilha tem de melhor: que um ilhéu também pode ser o mais lindo lugar do mundo.
Sambamos e rimos bêbedos em cima de um morto: ajudaste-me a calcar ainda mais uma pequena sepultura minha com a leveza que a nobreza de carácter nos confere - e que o nojo exclui.

- não, de facto há coisas que nenhum dinheiro compra

E agora amas e és feliz.
Que esse amor dure pela eternidade,  que nunca o cheiro da podridão e do amor a morrer se aproxime de ti
- o cheiro da morte de um amor começa com discrição mas acaba inequivocamente ácido, entranhado na roupa e fétido.

Os bons deviam viver apenas coisas boas, os maus confinados ao martírio e ao frio.


E sim. Sobram-nos sempre as palavras: e  uma boca, doce,  que nos traz felicidade aos lábios.


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Entrevista - Alentejo Calling - Rádio Renascença

  ler aqui:  https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/24/migrantes-ajudam-a-construir-um-alentejo-absolutamente-novo-e-povoado/394895/