terça-feira, 8 de maio de 2018
Aniversário em flor
(Sim, sei que é amanhã. Mas amanhã para mim é já hoje)
Fazes anos hoje. Não te vou telefonar, nem mandar postais: quero que penses que me esqueci de ti.
Mas eu nunca me vou esquecer da tua vida, ainda que a tua vida tenha deixado de ser parte da minha: nunca serás esquecido, só omitido da minha boca e do resto do meu corpo.
Gostava de te dar um poema mas tu nunca foste da Poesia, ainda que a Poesia sempre fosse de ti.
A Poesia costumava viver em ti como um dedo ou uma orelha vive num corpo.
Cheguei a tirar-te Poesia da cara com o pano da cozinha, um dia quando vinhas do trabalho.
(Gostava tanto de te dar um poema mas os meus dedos foram queimados e já não me sobram mais).
Queria que fosses feliz, sabes? Ainda como nas cartas de amor que te escrevia, como sublinhava em todos os teus postais de aniversário.
Obrigada pelo que me pudeste dar, no tempo nosso. Há sempre um tempo.
Se te ligo é porque tenho saudades do nosso e às vezes queria que ele voltasse para me salvar, mas depois acordo e sei que eu nunca quis ser salva de nada: só amada, de tudo.
E isto podia ser um poema, mas é uma declaração de guerra.
Sê sempre feliz.
Mesmo que a tua felicidade me esqueça.
E eu, com sorte, um dia a si.
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Entrevista - Alentejo Calling - Rádio Renascença
ler aqui: https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/24/migrantes-ajudam-a-construir-um-alentejo-absolutamente-novo-e-povoado/394895/
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INÊS LEITÃO nasceu a 1 de Julho de 1981 em Lisboa. É licenciada em Estudos Anglo- Americanos pela Faculdade de Letras da Univer...
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porque eu já não sei escrever. -as minhas unhas, os meus dedos, a minha boca já não sabem escrever. já não sei escrever. -os meus olhos,...
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