segunda-feira, 8 de maio de 2017

Espero por ti logo para o almoço





Não há dia sem dor depois de ti,
porque a natureza do mundo mudou
e o mundo já não ri o teu riso.



O peixe foge do prato do almoço
(o garfo não o apanha),
a criança dorme aninhada no ninho da ratazana preta
e todos os bebés do mundo nasceram mudos.


 Os homens passam uns pelos outros
com as pernas apagadas debaixo das calças
sem corpo, só com a roupa vestida, sem corpo debaixo
-
Já não há gente por aqui, sabes?



Os candeeiros saíram das ruas,
desenterraram-se e andaram pela primeira vez,
estão fugir.


E deixou de haver caminho.


Todos os homens bons morreram ,
sem que ninguém saiba ao certo
 onde foi
que se esconderam.





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Entrevista - Alentejo Calling - Rádio Renascença

  ler aqui:  https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/24/migrantes-ajudam-a-construir-um-alentejo-absolutamente-novo-e-povoado/394895/