quinta-feira, 26 de julho de 2018
Dia 6
Podia escrever que te amo na parede do meu quarto
com o dedo indicador como mensageiro
(as unhas a caírem mortas no chão por saberem o que ai vinha: chamaram-lhe Amor)
até fazer sangue;
e desse sangue mártir saírem todas as letras em linha,
l
e
t
r
a
s
em linha
a dizerem juntas o que eu devia saber dizer sozinha pela boca
- a minha boca era uma flor
Se esse indicador direito fosse morto pela prova do meu amor por ti
outro indicador logo nasceria,
como garante do teu conhecimento sobre a minha afeição.
Esperei 1000 anos por ti
sentada num lugar onde não havia nem chuva,
nem sol,
nem mar,
nem vento ou tempestade: não havia escuridão mas também não havia luz;
eu sempre soube que chegarias até ao dia em que te vi.
Vieste.
O meu corpo do avesso a ver-te ao longe:
a chegada a dar-se.
- o teu cheiro amado e imaginado.
Esperei por ti no meu corpo 1000 anos,
voltaria a esperar por ti por mais 1000.
Image: Eric Lacombe
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Entrevista - Alentejo Calling - Rádio Renascença
ler aqui: https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/24/migrantes-ajudam-a-construir-um-alentejo-absolutamente-novo-e-povoado/394895/
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INÊS LEITÃO nasceu a 1 de Julho de 1981 em Lisboa. É licenciada em Estudos Anglo- Americanos pela Faculdade de Letras da Univer...
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porque eu já não sei escrever. -as minhas unhas, os meus dedos, a minha boca já não sabem escrever. já não sei escrever. -os meus olhos,...
um poema denso, tenso e lindo
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