sábado, 7 de julho de 2018

O primeiro dia 5



Sabes, foi o primeiro dia 5 que não apareceste na minha cabeça. Passou um ano e dois meses que te piraste daqui para fora sem nota nem aviso.

Pela primeira vez enfrento um misto de revolta comigo própria por ter esquecido este 5 de julho, e de alguma forma, por outro lado, uma certa serenidade por saber que não lembrar a tua morta não é sinonimo de esquecer a tua vida.

Fui à tua casa, já deves saber porque isso ai no Céu vê-se tudo, não é? Eu imagino que sim.
Não lhes consegui falar de ti - elas a olharem para mim nas suas vidas e eu ali:  desaprendi o teu nome sem antes chorar e eu não gosto que me vejam chorar.

Mas sabes, dizem-me que tenho de te deixar ir.

Só eu é que não sei como isso se faz por isso fico quieta, sem falar: no fundo eu também não tenho nada para dizer porque isto da tua morte foi um poço onde cai e ainda não sei subir.

Por ti, sei que já me tinhas arrancado daqui.

Para celebrar a tal serenidade deixo-te esta foto. Tirei hoje deitada num relvado num país que conheço pouco e onde vim procurar respostas.

Sei que quando olhares para ela, saberás tudo o que há para saber.
Contigo era sempre assim


Sempre tua eterna companheira de jornada,

I.





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Entrevista - Alentejo Calling - Rádio Renascença

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