quinta-feira, 2 de junho de 2016

Da vida de depois








Talvez os teus dedos novos
Talvez a boca
Talvez o mundo e as pedras e os troncos;
talvez o sangue, o cabelo loiro e a estrada.



Talvez o meu corpo magro
talvez o espelho,
talvez tu a saberes quem eu sou quando as palavras não se dizem
(às vezes as palavras não se dizem porque não há lugar para elas fora da boca)



Talvez um agora e para sempre.
Talvez a janela, o alpendre, a varanda ou a casa toda
(tu a seres a casa toda)

Talvez nunca mais andar na corda em altura 
talvez nunca mais sentir medo de cair.
Talvez um conto. Talvez um enorme ponto.




image: Eric Lacombe

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Entrevista - Alentejo Calling - Rádio Renascença

  ler aqui:  https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/24/migrantes-ajudam-a-construir-um-alentejo-absolutamente-novo-e-povoado/394895/