Já não somos os mesmos:
se olhares para nós no espelho tu já não estás ao meu lado
e os teus olhos são agora vermelhos.
Perdeste a cor castanho de cometa que fazia os meus brilharem também.
se olhares para nós no espelho tu já não estás ao meu lado
e os teus olhos são agora vermelhos.
Perdeste a cor castanho de cometa que fazia os meus brilharem também.
Já não somos os mesmos,
nem somos juntos, nem mesmo perto
e não há nada a fazer se não chorar de joelhos no sepulcro do tempo
- é lá que vocês dormem, dizem-me os peixes.
nem somos juntos, nem mesmo perto
e não há nada a fazer se não chorar de joelhos no sepulcro do tempo
- é lá que vocês dormem, dizem-me os peixes.
Gostava de poder
chorar, mas não consigo explicar isto tudo aos meus olhos.
Se compreendidas as razões e os meus olhos começassem
iriamos os quatro na corrente: o choro daria um rio e mal nos aguentaríamos de mãos dadas na água que nos arrastaria
- assistiríamos à nossa morte outra vez.
Se compreendidas as razões e os meus olhos começassem
iriamos os quatro na corrente: o choro daria um rio e mal nos aguentaríamos de mãos dadas na água que nos arrastaria
- assistiríamos à nossa morte outra vez.
Já não somos os mesmos,
não temos a mesma língua, o mesmo estomago,
a mesma promessa de eternidade:
já nada nos liga, só o lugar da morte.
não temos a mesma língua, o mesmo estomago,
a mesma promessa de eternidade:
já nada nos liga, só o lugar da morte.
Mas isso é só mais um fim
e, se atentarmos bem, até a morte
tem beleza de flor.
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