Passaram-se mil anos e uma eternidade. As árvores agora nascem na água, as crianças da terra e eu não sei de onde vim.
Há sempre esta escrita que me salva na noite: eu a ver-me evaporar ao lume do trabalho, limpar com CIF os meus próprios vestígios de dor.
Não sei se os meus pés aguentam o mundo debaixo deles mais sem explodir. Não sei se ainda sei escrever como antes quando o prato era poesia, poesia,
poesia.
Não sei, juro que não sei. Mas escrever costumava salvar-me.
E às vezes eu precisa de ser salva.