segunda-feira, 20 de maio de 2013
Boca bilingue
a minha solidão come-me.
a minha solidão come-me e mastiga-me e
vira-me ao contrário com a língua
para me ter melhor.
a minha solidão gosta de me ter bem
( não é apenas ter-me, é ter-me bem)
e gosta de dizer-me sua por laços de afinidade patológica.
a minha solidão não me abandona porque a minha solidão é corpo,
é mãos,
é dedos dos pés: a minha solidão é braços e pernas atados
ou sou eu sozinha
dentro do meu corpo,
a olhar para mim de olhos vermelhos
como quem sabe o que sente.
(*Para Pedro, que se tornou o meu grande amor.)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Do regresso
porque eu já não sei escrever. -as minhas unhas, os meus dedos, a minha boca já não sabem escrever. já não sei escrever. -os meus olhos,...
-
INÊS LEITÃO nasceu a 1 de Julho de 1981 em Lisboa. É licenciada em Estudos Anglo- Americanos pela Faculdade de Letras da Univer...
-
Ter um filho é uma jornada extraordinária e única, mas também dura, com constantes provas de entrega, esforço e superação. Uma das etapas ...
-
Querido bebé J.D., Ao contrário do que aconteceu com a tua irmã, escrevo-te depois de te ter tido. O nosso corpo muda, a nossa cabeça mud...
Sem comentários:
Enviar um comentário