sexta-feira, 6 de novembro de 2015
A casa
Para J. com todo o meu amor
E depois chegas tu
com anjos nas costas
e olhos que constroem janelas e portas na
casa onde antes vivia o vento.
Chegas sem mãos
com o rito consolador
e levas a penumbra para trazer o Estio,
e com ele o quente.
Chegas sem olhos porque não precisas de ver
o que conheces e sabes existir.
Chegas sem nariz e sem rosto
porque tudo é eterno e teu.
Com as mil línguas que falas
espantas os ratos e as cobras
e a casa é toda ela habitável e nossa,
para os filhos que teremos do corpo e
para os filhos que vierem depois desses,
os netos dos mortos.
E ali, naquela casa, toda a eternidade é amor.
Ali, toda a eternidade é desejo.
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Entrevista - Alentejo Calling - Rádio Renascença
ler aqui: https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/24/migrantes-ajudam-a-construir-um-alentejo-absolutamente-novo-e-povoado/394895/
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INÊS LEITÃO nasceu a 1 de Julho de 1981 em Lisboa. É licenciada em Estudos Anglo- Americanos pela Faculdade de Letras da Univer...
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porque eu já não sei escrever. -as minhas unhas, os meus dedos, a minha boca já não sabem escrever. já não sei escrever. -os meus olhos,...
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