Para o meu irmão L. que me ensina coisas bonitas
Um dia aprendemos a esperar. Ficamos à porta de uma casa e esperamos.
Sabemos que a pessoa que queremos está lá dentro e ouviu-nos tocar.
Tocamos: ela sabe-nos ali.
Pode fingir e não querer abrir, mas sabe que estamos do outro lado da porta: com a cabeça, com os braços, com as pernas que nos sobram de um amor. Esperamos.
Tocamos: ela sabe-nos ali.
Pode fingir e não querer abrir, mas sabe que estamos do outro lado da porta: com a cabeça, com os braços, com as pernas que nos sobram de um amor. Esperamos.
Esperamos porque o amor sempre nos deixa com o nosso corpo.
Esperamos assim que alguém abra a porta. Que a pessoa que está do outro
lado nos queira e venha; esperamos que ela nos deixe entrar porque é só
isso que queremos afinal; não pedimos mais nada, só queremos entrar.
Não voltamos a tocar porque quem espera não insiste , mas encostamos a cabeça à porta. Continuamos. Esperamos.
Podemos até sentar-nos no chão à espera.
Esperamos fora do imediato porque aprendemos que as pessoas têm tempo dentro delas, desajustado dos nossos relógios de pulso, do nosso.
Esperamos fora do imediato porque aprendemos que as pessoas têm tempo dentro delas, desajustado dos nossos relógios de pulso, do nosso.
Espera-se que a porta abra, depois espera-se que ela abra o suficiente para
vermos a pessoa que queremos; esperamos um pouco mais para que a sua abertura total permita a entrada do nosso corpo e nos inclua.
Esperamos, numa última etapa, finalmente, que a porta se feche atrás de nós: gostamos do barulho da porta que se fecha. Por trás.
Mas esperamos.
E a espera é grandiosa.
Se o L é de Luis, só pode ser boa pessoa :)
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