sexta-feira, 31 de março de 2017
sábado, 25 de março de 2017
De quando dizemos Nome
*Para S.
O nome que damos às pedras
não é o mesmo nome que damos aos dedos
- quando dizemos
d
e
d
o
nem o nome que damos ao corpo
- quando dizemos
c
o
r
p
o
nem língua
- quando língua é dita
l
í
n
g
u
a
O nome que te dou a ti não é o mesmo que dou às pedras
aos dedos
ao corpo
ou à língua
talvez porque todos os nomes do mundo
sejam só isso: nomes.
Há uma hora no mundo em que o nome deixa de ser nome
e passa a ser uma parte de um braço
de um corpo
ou de uma pedra no rio
e tudo ocupa o seu lugar
- como se para tudo houvesse um lugar.
O nome é um lugar e quando é parte,
só ele habita o mar.
quarta-feira, 22 de março de 2017
terça-feira, 21 de março de 2017
segunda-feira, 20 de março de 2017
sexta-feira, 17 de março de 2017
Festival de télévision Europeen de Programmes Religieux (crowdfunding caseiro)
Caros amigos,
estou a tentar levar o documentário "O Padre das Prisões" a um concurso internacional. Chama-se "Festival de télévision Europeen de Programmes Religieux" e podem ler aqui.
Portugal, ao que sei, nunca participou.
Preciso por isso de 900 euros (e isto é literalmente um peditório para a legendagem, tradução, inscrição do filme, inscrições pessoais e meios).
PEÇO A VOSSA AJUDA já que a inscrição neste festival só pode ser feita até 24 de Março!!!!
O meu nib é: PT50 0035 0824 0069 9632 7001 3.
Se não atingirmos os 900 euros até domingo o estorno é feito por mim aos próprios.
Enviem comprovativo para eu poder controlar os recebimentos para: inesjleitao@gmail.com
OBRIGADA!!!!!!
quinta-feira, 16 de março de 2017
Moderação na 5ª sessão do Curso Pós-Graduado em Direito e Cinema | 22 março
No próximo dia 22 de março (quarta-feira), às 19h30, terá lugar a quinta sessão, na sala 12.32 da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (piso 2).
- A mulher homicida na jurisprudência e no discurso mediático: contrastes (Inês Ferreira Leite)
- A mulher como instigadora: desconstrução da “femme fatal” (Helena Morão)
- Discursos sobre o crime e a Justiça: dos/as juízes/as às perspetivas exteriores ao sistema (Andreia Castro Rodrigues)
- Debate
Moderação: Inês Leitão
terça-feira, 14 de março de 2017
quinta-feira, 9 de março de 2017
A parte boa de amar alguém não é só ver-te dormir
A parte boa de amar alguém não é só ver-te dormir e imaginar
quem te vai dentro da cabeça,
no lugar onde os olhos se reviram
e o cérebro mora.
e o cérebro mora.
A parte boa de amar alguém não é só esperar por ti no metro
com a certeza que vens neste, que é o teu corpo o primeiro a sair para me abraçar
que és tu à minha procura quando as portas se abrirem e todos se movimentarem acotovelados de cansaço
- todos menos nós,
por nos termos um ao outro.
que és tu à minha procura quando as portas se abrirem e todos se movimentarem acotovelados de cansaço
- todos menos nós,
por nos termos um ao outro.
A parte boa de amar alguém não é só o cheiro que a tua pele
traz com ela e dorme na almofada a olhar para mim - e achar-te meio meu.
A parte boa de amar alguém é cozinhar para ti, é ter ciúmes, é andar de mãos dadas na avenida da Liberdade e colar-me às tuas costas sem te deixar andar pela casa, sem te deixar fazer nada se não seres comigo.
A parte boa de amar alguém não é só saber o que tu pensas
antes de o teres pensado,
nem saber que vais pedir café cheio
com metade de um pacote de açúcar
e um copo de água que só fará companhia à chávena triste em cima da mesa
que nos ouvirá rir o resto da tarde.
nem saber que vais pedir café cheio
com metade de um pacote de açúcar
e um copo de água que só fará companhia à chávena triste em cima da mesa
que nos ouvirá rir o resto da tarde.
A parte boa de amar alguém não é só deixar-te adormecer no
sofá porque estavas exausto e tentaste aguentar até ao final da série: a parte boa de amar alguém não é só
escrever-te poesias e ler-tas como se fossem flores:
a parte boa de amar alguém é um dia quando não me amares mais.
a parte boa de amar alguém é um dia quando não me amares mais.
A parte boa de amar alguém é sobreviver à partida, é contornar
o desgosto com a certeza que saberemos ser sempre assim;
que saberemos sempre tocar com eternidade na ponta dos dedos - e que saberemos sempre conduzir eternidade à pele que é tocada.
que saberemos sempre tocar com eternidade na ponta dos dedos - e que saberemos sempre conduzir eternidade à pele que é tocada.
A parte boa de amar alguém é estar aqui contigo a achar que
isto nunca mais vai acabar,
ainda que um dia tu te apaixones e as tuas pernas me deixem sozinha e a terra me engula.
ainda que um dia tu te apaixones e as tuas pernas me deixem sozinha e a terra me engula.
A parte boa de amar alguém é guardar sempre as cartas com as palavras lá dentro.
A parte boa de amar alguém é guardarmos a certeza que existimos.
A parte boa de amar alguém é guardarmos a certeza que existimos.
segunda-feira, 6 de março de 2017
Das boas cartas de Amor
Se o vires, diz-lhe que o tempo dele não passou;
que me sento na cama, distraída, a dobar demoras
e, sem querer, talvez embarace as linhas entre nós.
Mas que, mesmo perdendo o fio da meada por
causa dos outros laços que não desfaço, sei que o
amor dá sempre o novelo melhor da sua mão. Se
o encontrares, diz-lhe que o tempo dele não passou;
que só me atraso outra vez, e ele sabe que me atraso
sempre, mas não demais; e que os invernos que ele
não gosta de contar, mas assim mesmo conta que nos
separam, escondem a minha nuca na gola do casaco,
mas só para guardar os beijos que me deu. Se o vires,
diz-lhe que o tempo dele não passa, fica sempre.
Maria do Rosário Pedreira
quinta-feira, 2 de março de 2017
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Entrevista - Alentejo Calling - Rádio Renascença
ler aqui: https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/24/migrantes-ajudam-a-construir-um-alentejo-absolutamente-novo-e-povoado/394895/
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INÊS LEITÃO nasceu a 1 de Julho de 1981 em Lisboa. É licenciada em Estudos Anglo- Americanos pela Faculdade de Letras da Univer...
-
ler aqui: https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/24/migrantes-ajudam-a-construir-um-alentejo-absolutamente-novo-e-povoado/394895/
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porque eu já não sei escrever. -as minhas unhas, os meus dedos, a minha boca já não sabem escrever. já não sei escrever. -os meus olhos,...