(para a minha avó)
O Inverno trouxe osteoporose às árvores. Elas, magras e tristes, arranjam as unhas no jardim tentando esquecer a morte.
A de dedos,
B de boca
C de morte
quando as árvores do jardim da minha casa sentem a morte, pedem licença para se irem deitar
A de sombra,
B de dor
C de sorte
- foi com a avó que eu descobri que as senhoras do cemitério do Benfica se deitam todas à mesma
hora, que nenhuma das que ali mora sente medo do escuro ou se deita depois da novela.
A avó dizia que as árvores do cemitério dançam com o vento às escondidas e que pintam os
lábios de vermelho antes das nove horas da manhã: querem estar bonitas para os que ali chegam desconsolados.
Hoje, a única coisa que duvido, é que tu te deites à mesma hora que os outros.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
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Entrevista - Alentejo Calling - Rádio Renascença
ler aqui: https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/24/migrantes-ajudam-a-construir-um-alentejo-absolutamente-novo-e-povoado/394895/
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INÊS LEITÃO nasceu a 1 de Julho de 1981 em Lisboa. É licenciada em Estudos Anglo- Americanos pela Faculdade de Letras da Univer...
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porque eu já não sei escrever. -as minhas unhas, os meus dedos, a minha boca já não sabem escrever. já não sei escrever. -os meus olhos,...
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