Já há tanto tempo que não mordia as minhas mãos para expiar a minha culpa. Morder a mão até a marca dos dedos poder ser moldada a gesso ou testada por nova colocação da mandíbula
- de forma doce e terna
e ali confirmar tamanho e forma sem a pressão da força bruta.
Já há tanto tempo que não mordia as minhas mãos, a carne gorda da curva do polegar ou o seu osso,
para aquele que é o momento da libertação da minha angústia e do meu medo: as minhas marcas.
Já há tanto tempo que não sentia o alívio que nasce dos meus dentes, a liberdade depois da aflição,
a cura do erro e da culpa.
Já há tanto tempo que não mordia as minhas mãos para expiar a minha culpa.
sábado, 17 de março de 2012
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Entrevista - Alentejo Calling - Rádio Renascença
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INÊS LEITÃO nasceu a 1 de Julho de 1981 em Lisboa. É licenciada em Estudos Anglo- Americanos pela Faculdade de Letras da Univer...
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porque eu já não sei escrever. -as minhas unhas, os meus dedos, a minha boca já não sabem escrever. já não sei escrever. -os meus olhos,...
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