quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Da felicidade dos vivos






Olha para mim agora aqui,
 onde não há tempo:
e só nós os dois sobrámos ao mundo todo
aqui num colchão no chão.

Olha para mim, aqui,
a ver o teu corpo
e a espreitar-te o mundo pelos olhos
como se fosses o mundo e o mundo fosse o aglomerado de todos os teus ossos brancos
debaixo da pele.

Olha para mim, aqui, dentro de ti
a ver-nos ser corpo
e veia de carne
de corpo limpa de sangue.

Olha, aqui, para mim
eu que nunca tive medo
e que nunca fechei os olhos para não ver
(eu que sempre tive tanto medo de não ver)
Eu e tu,
em nome do Pai
do Filho
e do Espírito Santo.

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Entrevista - Alentejo Calling - Rádio Renascença

  ler aqui:  https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/24/migrantes-ajudam-a-construir-um-alentejo-absolutamente-novo-e-povoado/394895/