domingo, 28 de agosto de 2016

Do mundo inteiro




Se nos tirarem as palavras, meu amor,
de que seremos nós feitos
 senão de corpo e cinza e ossos
que morrem na nossa cara debaixo da terra.


Se nos tirarem as palavras, meu amor,
como é que te encontro ao pôr-do-sol?
porque se eu não disser  pôr-do-sol
 tu não saberás onde estou à tua espera.

Se nos tirarem as palavras, meu amor,
como é que te explico o que levo dentro dos olhos,
que vejo em ti a última montanha do mundo e tu não sabes.

Se nos tirarem as palavras, meu amor,
como é que um pé continua a ser um pé,
como é que uma mão, continua a ser mão.



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Entrevista - Alentejo Calling - Rádio Renascença

  ler aqui:  https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/24/migrantes-ajudam-a-construir-um-alentejo-absolutamente-novo-e-povoado/394895/