Maputo, 2 janeiro 1965
Querida M.,
Podia arrancar os cabelos com o luto que atravesso mas em
vez disso, a escrita, ela própria, chega de noite como um bálsamo. Produzo à
velocidade da dor.
Textos e textos novos, textos para teatro finalizados, produções várias com tantas personagens pela casa nuas: a dor é um motor aditivo.
Não penso mais nele porque afinal ele nunca existiu. A morte não existe no prisma da vida. Nós, aqueles cujo coração ressoa no peito com a força de uma manada de elefantes, não conhecemos a morte, de facto.
Ressalvo o amor que foi, mas não posso amá-lo porque não se amam os mortos, os que nunca existiram ou os que um dia viveram entre nós e nos tocaram a pele entre as pernas.
Textos e textos novos, textos para teatro finalizados, produções várias com tantas personagens pela casa nuas: a dor é um motor aditivo.
Não penso mais nele porque afinal ele nunca existiu. A morte não existe no prisma da vida. Nós, aqueles cujo coração ressoa no peito com a força de uma manada de elefantes, não conhecemos a morte, de facto.
Ressalvo o amor que foi, mas não posso amá-lo porque não se amam os mortos, os que nunca existiram ou os que um dia viveram entre nós e nos tocaram a pele entre as pernas.
A escrita é salvífica.
Mal posso esperar pelo resto das minhas noites.
Mal posso esperar pelo resto das minhas noites.
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