quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

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Os olhos, o corpo a tombar pelo impacto,
e a tua vida toda.
O nariz, a boca na terra depois da queda, a sombra do queixo no peito,
e a tua vida toda.

As cicatrizes na testa, o desenho do cabelo, a barba que cresce pela medida o tempo,
e a tua vida toda.

Os dedos tortos, os ossos das costas desfeitos pelo golpe.
A pele em desgraça,o músculo, os joelhos a viverem debaixo das calças,
e a tua vida toda.

O corpo, a força que vem dos braços e do tronco, e da raiz que são as pernas,
e a tua vida toda.

A contagem do tempo que levas para pensar - uma noite
ausente de sono - e a tua vida toda.
Os outros dois olhos pequenos a quem deste vida,
e a mesma vida toda.

O doce, o pó e os mortos que ainda agora acordam do sono,
e a tua vida toda.



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Entrevista - Alentejo Calling - Rádio Renascença

  ler aqui:  https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/24/migrantes-ajudam-a-construir-um-alentejo-absolutamente-novo-e-povoado/394895/